Mais de 200 mil pessoas foram mortas e cerca de 12 milhões abandonaram seus lares desde o início da guerra na Síria. Aproximadamente 6,7 milhões buscaram refúgio em países vizinhos, como Líbano, Turquia e Jordânia. Desde o início da crise, o Líbano teve que lidar com fluxos sem precedentes de refugiados, sendo o país que mais recebeu, em proporção, cidadãos que fugiram da guerra no país vizinho. A população libanesa girava em torno de 4 milhões de habitantes no início da crise, porém, como consequência do fluxo migratório, mais de 1,5 milhão de refugiados se espalharam por cidades de todas as regiões do país.

Essa crise sem precedentes tem se refletido tanto na vida dos nativos, que tiveram suas rotinas modificadas abruptamente, quanto dos refugiados que se instalaram em tendas e moradias provisórias, tendo condições de vida precárias. De acordo com o VASyR 2019 – relatório da ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), cerca de 70% dos sírios residindo no Líbano vivem abaixo da linha da pobreza. Não há campos formais de refugiados e, como resultado, os sírios estão espalhados por mais de 2.100 comunidades em locais urbanos e rurais, geralmente compartilhando pequenos alojamentos com outras famílias. Mais da metade (57%) dos refugiados sírios vivem em abrigos superlotados e/ou em risco de colapso.

Aproximadamente 55,3% dos refugiados sírios que se encontram no Líbano têm menos de 18 anos. Entre os principais problemas específicos para essa classe destaca-se o acesso à educação. De acordo com pesquisa realizada pela Universidade de Malmo, cerca de 45% das crianças na faixa etária de 6 a 14 anos não têm acesso à educação formal. Essa porcentagem aumenta para 84% quando considerados adolescentes de 15 a 17 anos.

O desemprego é um dos principais problemas entre os sírios, tendo uma taxa de 62% no Vale do Bekaa, uma das regiões do Líbano com maior concentração de refugiados. Nessa mesma região, a renda média per capita semanal é de 30 dólares.
O projeto Winners atuará para minimizar os impactos decorrentes dessa crise na vida de libaneses e sírios.